Uma pequena cidade nas montanhas em que nunca houve um assassinato. Bom, mas antes de ocorrer a primeira vez, todas as outras já estiveram no limbo no “nunca”, não é mesmo?
Eis que, Summit Lake presencia seu primeiro assassinato, que não poderia ter ocorrido der forma mais brutal. A vítima é filha de um famoso advogado e, em breve, seguiria a carreira do pai.
A primeira vista, parece um caso simples. E, é exatamente esse o problema: simples demais. Considerando que as investigações policiais não andam muito bem, isso se não for exatamente esse o objetivo da polícia, quem melhor para investigar o mistério do que uma famosa repórter investigativa?
Página 96. Nesse momento, já tenho o meu suspeito de quem matou a Becca.
Ok. Página 151. Meu grande suspeito não tem como ser o assassino já que ele próprio estava morto na data. No momento, pensando em novos suspeitos.
Página 198: Será que o assassino é o marido de dona da cafeteria? Não há informações sobre ele, o que torna ele um perfeito suspeito: não é óbvio, e explica o roubo da bolsa e o local do diário. Veremos.
Página 237: Voltando ao suspeito número um - sujeito esse que não me sai da cabeça - teria sido sua morte encenada?
Página 240: Não foi o marido da dona da cafeteria. Tem uma explicação para a localização do diário. Continuamos na hipótese da morte encenada.
256: Se isso fosse um BINGO, creio que eu levaria o prêmio!
Página 272: Ok, não podiam ser apenas narcóticos, e não eram.
Nota importante: esse livro trata de um assunto delicado - violência sexual - ou, em outras palavras, estupro.
Primeiramente, certifique-se de que a leitura dele não será um gatilho para você.
Em segundo lugar, não poderia deixar de me posicionar. Por que é que o primeiro pensamento de toda vítima e, de toda a sociedade, é “eu fiz algo para provocar isso?/ ela fez algo para provocar isso?” como se, de alguma forma, o infortúnio e a culpa estivesse completa e totalmente justo nas mãos da pessoa que mais sofreu.
Acredite. Nenhuma de nós, mulheres, deseja, sonha e, muito menos, merece passar por uma violência sexual. Ainda que, a mentalidade de uma quota do mundo acredite que há atitudes que geram consequências que foram “feitas por merecer”. Nós queremos nossa liberdade sobre nossos corpos e nossas vidas na nossa mão. A lei nos garante isso, mas, o pensamento social nos rouba.
Sim, somos mulheres. Sim, o mundo é mundo desde sempre. Sim, é utópico pensar que estupros deixaria de existir se as mães ensinassem em casa seus filhos a tratar uma mulher com descendia e, mais ainda, controlar os próprios impulsos. Vivemos em uma sociedade em que os homens ainda estão acostumados a imaginar que tem uma posição privilegiada em detrimento de todo o resto.
Agora, um apelo, um tanto quanto clichê: a vida realmente é, muito mais, o que fazemos a partir do que nos acontece do que os acontecimentos em si. Então, por uma sociedade mais justa que, acima de tudo, pare de questionar a vítima. Isso não irá mudar o crime que já aconteceu e, talvez, não tenha grandes índices na redução do número de novos casos. Mas, definitivamente, gera um impacto imenso na recuperação, principalmente, mental e psicológica, de alguém que teve um dos seus bens mais preciosos completamente violado: a intimidade.
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