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Foto do escritorTainá Laydner Fiore

O homem de giz - C.J. Tudor

Desenhar bonecos de giz na calçada era uma brincadeira inofensiva e um código secreto entre cinco amigos na década de 80. Mas, passou a ser muito mais quando esse código foi usurpado e as levou a um corpo esquartejado no meio da mata.


O ano já é 2016. Uma correspondência. Um envelope contendo apenas um pedaço de giz e um desenho de um boneco de palito enforcado. Por que esses símbolos - traumáticos - reapareceram tanto tempo depois é uma incógnita.


Não tardando muito, um novo evento: um dos cinco amigos, agora adulto, aparece morto e isso não parece ser acaso. Há algo de trinta anos atrás e daquele corpo assassinado que persegue os amigos e, decidido, Eddie, o narrador da história, decide que é hora de descobrir porque todos os acontecimentos sempre acabam se colidindo e de que forma estão ligados.

Dessa forma, a autora alterna a narrativa entre 1986 e 2016, trazendo fatos do passado e do presente, que deixa evidente as marcas que certos acontecimentos podem nos deixar de forma quase que perpétua. Não há dúvida sobre os erros - nem sempre imaginamos a gravidade deles.


Construído com base em referências de It: a coisa e sob uma atmosfera de “Stranger Things”, apesar de não abordar viagens no tempo ou questões sobrenaturais, eventos passados de cinco crianças tentando enfrentar valentões, assédio sexual, pedofilia e bullying te fazem se envolver com a trama.


Esse livro é um acontecimento e não há como não se sentir envolvido pela história: a mãe de Eddie, o personagem que narra a história enfrenta dificuldades por ser uma médica que trabalha em uma clínica de abortos. Um professor albino que parece ser suspeito. Um reverendo com hábitos nada divinos.


De modo geral, em outras situações, tantos acontecimentos poderiam te deixar pedido ao passo que criariam uma história rasa. Não é o que acontece. Uma porta para criar milhões de teorias é aberta e, mesmo que você não acerte todas, tudo se encaixa no final.

Amigos de infância não significam amigos para a vida inteira. Há itens de colecionador que talvez não devessem fazer parte de acervo algum. Há dúvidas que deveriam ser levantadas com mais cautela.

Enquanto o personagem, eu e, tenho certeza que, inclusive, você pensamos que queremos respostas, precisamos admitir: queremos as respostas certas e, ainda mais, que elas revelem o que queremos ouvir. Mas, verdade, é algo que nem sempre podemos escolher.

Mas há uma possibilidade que te resta: decidir se você quer acreditar ou não.


Para finalizar, não posso deixar de expressar minha profunda gratidão a essa leitura. Finalmente, descobrir que o meu estilo de leitura, definitivamente, envolve suspense e, claro, assassinatos. (Mas, juro que não tenho problemas psicológicos, caso você tenha se preocupado. Minha terapeuta pode confirmar).




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